Suspeitas de sabotagem recaem sobre três funcionários do Metrô-DF

 

Brasília-DF 

Kelly Almeida

Publicação: 15/02/2012 06:31 Atualização: 15/02/2012 06:39

Na última sexta-feira, trens que circulavam na Estação Águas Claras tiveram a velocidade reduzida e operaram manualmente para evitar acidentes (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Na última sexta-feira, trens que circulavam na Estação Águas Claras tiveram a velocidade reduzida e operaram manualmente para evitar acidentes

Três homens são os principais suspeitos de terem participado da sabotagem que causou pane no sistema de sinalização do Metrô DF na última sexta-feira e gerou atrasos de mais de uma hora nas estações da cidade. O transtorno, que ocorreu durante os horários de pico, pode ter sido causado pela conexão proposital de um cabo de internet, localizado na sala de descanso dos pilotos da Estação Central, a uma rede ligada ao Centro de Controle Operacional (CCO). Um dos suspeitos pode ter executado o crime, enquanto outros dois participaram do planejamento. Segundo a Polícia Civil, pelo menos 80 pessoas passaram pelo local. Até o próximo sábado, 40 delas serão ouvidas. O trio investigado ficará por último e pode ser submetido a acareação. A direção da Companhia do Metropolitano reconhece a fragilidade do sistema e garante que reforçou a segurança nas estações.

De acordo com os investigadores, está descartada a possibilidade de ter ocorrido falha mecânica. Na última sexta-feira, durante os horários de maior movimento, o quadro com informações das vias e a localização dos trens, instalado na Estação Águas Claras, parou de funcionar das 8h06 às 16h15 e das 20h15 às 20h30. Com isso, os veículos precisaram operar de forma manual e em velocidade reduzida, o que resultou em horas de transtornos aos usuários. “A conexão desse cabo sobrecarregou toda a rede e apagou o quadro da CCO. Sem esse quadro, não é possível continuar as viagens, pois pode haver colisão”, informou Yury Fernandes, delegado-chefe da 23ª Delegacia de Polícia (P Sul).

A descoberta da sabotagem ocorreu apenas na madrugada de domingo, quando técnicos do metrô localizaram o cabo plugado, escondido atrás de um armário da sala movimentada na Estação Central e pediram auxílio à Polícia Civil. Segundo os invesigadores, o cabo era utilizado para que funcionários do Metrô tivessem acesso à internet. “Um lado ficava conectado na rede. O que fizeram foi conectar a outra ponta em uma outra tomada para gerar a pane”, explica Fernandes. Para o delegado, os responsáveis pelo crime tinham conhecimento do dano que causariam.