Thiago Rizerio - correiobraziliense.com.br
Publicação:
21/02/2012 15:28
Quem é ele Nome: Lucas Foresti Nascimento: 12/5/1992 Local: Brasília Altura: 1,77m Peso: 76Kg Principais títulos: bicampeão da F-3 Brazil Open (2011 e 2012); terceiro colocado no Campeonato Sul-Americano de F-3 (2009) |
O jovem candango de apenas 19 anos, que recentemente assinou contrato com a equipe francesa Dams, na categoria World Series by Renault (WSR), não chegou a ver uma conquista brasileira na Fórmula 1, mas sabe exatamente o que se passava quando os campeões brasileiros estavam nas pistas. “Acho que os maiores ídolos foram Senna e Piquet. As pessoas acordavam cedo, no domingo, para ouvir a musiquinha do Brasil (tema da vitória) e vê-los ganhando”, ilustrou o piloto.
Apesar de ainda figurar como estreante em uma categoria que pode dar acesso à Fórmula 1, Lucas Foresti se mostra bem esperançoso. “Espero que nos próximos anos eu esteja lá para, daqui a algum tempo, disputar o título, representar o Brasil, ajudar o brasileiro a voltar a ter esse ânimo de torcer mesmo. Ser um ídolo seria muito valioso”, disse o brasiliense.
A WSR levou à Fórmula 1 pilotos como Robert Kubica e o atual bicampeão Sebastian Vettel. A equipe Dams também estreia na competição, mas, segundo Foresti, já tem muita experiência na GP2 — outra porta de acesso à Fórmula 1. “Será uma ótima escola”, afirmou o piloto.
Lucas Foresti também espera fazer frente ao companheiro de equipe, o francês Arthur Pic, para crescer no automobilismo. “Ele já tem um ano de World Series. Acredito que cada vez que eu conseguir superá-lo será um bônus para mim, pois ele já tem um ano dirigindo uma máquina daquela”, contou.
Foco no topo do mundo
Lucas Foresti mostra ansiedade para chegar à Fórmula 1 e traça planos. “Estou pensando em, no final deste ano, ser piloto de teste.” Porém, o jovem brasiliense sabe que depende dos resultados para conseguir isso e não descarta mais temporadas na World Series.
“O pessoal brasileiro está me apoiando e isso é bem legal. Acho que com o apoio de todo mundo e somando minha dedicação, no período de até dois anos posso chegar à F-1”.
A WSR, nesta temporada, foi renovada. De acordo com Lucas Foresti, a categoria ficará mais parecida com a Fórmula 1. “Este ano tem um carro novo, com 65 cavalos a mais (chega a 550hp). A gente também tem o DRS (Drag Reduction System — sistema que abre a asa traseira para diminuir o arrasto e, consequentemente, dar mais velocidade ao carro nas retas)”, especifica.
Três perguntas para - Lucas Foresti, piloto brasiliense
Como ocorreu a negociação para ingressar na WSR?
A Dams se interessou por mim, mas eu disse que não conseguiria fechar o contrato e perguntei se eles esperariam para eu tentar achar mais patrocinadores. Eles exigiam uma determinada quantia de dinheiro, não importa de onde venha. Discutimos valores, conversamos e eles fizeram um preço bem razoável. Disseram que conseguiram um apoio que vai ajudar a gente no transporte das cargas. Então diminuiu o preço e, com os meus patrocinadores, deu para fechar.
A exigência financeira é maior na WSR ou na GP2?
A GP2 é o dobro do preço da WSR. A WSR custa em torno de 800 mil e 1,2 milhão de euros por temporada. A GP2 custa em torno de 1,5 milhão a 2 milhões de euros.
Qual a diferença entre WSR e GP2?
Na GP2, não há tanto treino como na WSR. Você tem que estar pronto, pois é a última categoria antes da Fórmula 1. Se o piloto for para lá (GP2) e não mostrar nada, não tem mais para onde ir. Na WSR, se você aprendeu, mas acabou em quinto ou sexto no campeonato, mas está satisfeito e tem dinheiro, pode ir para a GP2. Então, mostra que evoluiu mesmo e carimba a entrada na Fórmula 1. A GP2 é o último tiro que você pode dar.