GOIÂNIA-GO
Cejane Pupulin
Um quarteirão no Setor Santa Genoveva, região norte de Goiânia, é motivo de medo de moradores e trabalhadores do bairro. No local, mais de 200 carros e motocicletas são mantidos pela Agência Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (AMT), acumulam água e se tornam possíveis criadouros de mosquitos da dengue. Também algumas partes do muro estão danificadas, o que permite o acesso de usuários de drogas e bandidos ao local. Contatada pela reportagem, uma equipe da AMT foi ao lugar e verificou o problema. A agência informou, por meio de nota, “que ainda esta semana vai reformar o muro para evitar a entrada de estranhos”.
Além dos carros, outras sete carcaças de veículos estão no fundo do pátio, na Rua Pacova. Alguns ainda apresentam bancos, outros estão totalmente limpos. O vigia, Antônio Lima da Silva Filho, 40, relata que viu um caminhão despejar esses veículos no domingo (12). “É possível que estes carros e os outros inúmeros dentro do pátio se tornem criadouros de dengue”, acredita.
Na entrada do pátio, um ônibus abandonado e os restos de uma caminhonete complementam a imagem de descuido. O comerciante Edmar Conceição do Santos, 47, fala que tem muito receio de contrair dengue e da violência causada pela presença do mocó. Ele conta que já presenciou o uso de drogas no pátio e que o local se tornou refúgio de marginais. “Não sei se tenho mais medo dos usuários que lá frequentam ou do risco da dengue.” Em 15 dias, as portas do bar de Edmar foram arrombadas duas vezes. Para evitar mais prejuízos, o trabalhador precisou colocar alarme no comércio.
A auxiliar de administração Reila Marques Pena, 23, mora nas proximidades do depósito. Ela relata que, nas redondezas, não há iluminação adequada. “Sempre vejo pessoas usando drogas e até mesmo histórias de “o tarado da moto ou da bicicleta”.” Para Reila, como o local é público, a Prefeitura deveria se importar mais. “A preocupação é com as crianças e com muitas mulheres que precisam passar por lá para irem ao trabalho.”
Ao entrar no local, a reportagem se deparou com cadeiras de plásticos amontoadas, quiosques de metais abandonados e veículos novos, usados e carcaças. No local, estava um carro de prevenção da dengue. Os funcionários explicaram que o pátio sempre recebe a visita desses profissionais.