O STF está concluindo o julgamento do mensalão petista,(7) anos após a denúncia e o Mensalão Tucano completa 14 anos sem julgamento.

 

 

 

Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a concluir o julgamento do mensalão sete anos após a denúncia do então presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson, o mensalão tucano de Minas Gerais completa 14 anos sem data para ser julgado pelo Judiciário.

A comparação foi feita pela ONG Contas Abertas, que lembra que, se o STF já condenou 25 dos 38 réus do primeiro, o mensalão tucano, também denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR), não teve qualquer sessão marcada.

Apontado pelo Ministério Público Federal (MP) como "a origem e o laboratório" do mensalão do PT, devidos às semelhanças entre ambos, o esquema do PSDB tem o mesmo personagem na sua origem, o empresário Marcos Valério.

 

O mensalão tucano, segundo a denúncia da procuradoria, teria sido o esquema para alimentar ilegalmente, com dinheiro de estatais, a campanha de reeleição do tucano Eduardo Azeredo (PSDB-MG), então presidente do partido, ao governo de Minas Gerais em 1998.

Segundo o MP, no mensalão do PSDB foram desviados pelo menos R$ 3,5 milhões de estatais mineiras: R$ 1,5 milhão da Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa), R$ 1,5 milhão da Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e R$ 500 mil do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge).

A verba era repassada às empresas de Valério para patrocínio de eventos esportivos promovidos por estatais. Os valores seriam superfaturados e a maior parte canalizados para a campanha de Azeredo, derrotada nas urnas.

Em contrapartida no mensalão petista os ministros do Supremo Tribunal Federal querem acelerar o julgamento para definir todos os condenados e as penas que terão de cumprir até o dia 25, ocasionalmente, três dias antes do 2.º turno das eleições municipais. A justificativa é que o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, viaja no dia 27 para Dusseldorf, na Alemanha, onde se submeterá a um tratamento de saúde. Ele só deve retornar ao Brasil no dia 3 de novembro.

A conclusão do julgamento dará novamente  nova munição às campanhas de adversários do PT pelo País, que já têm explorado, por exemplo, a condenação do ex-ministro José Dirceu e dos ex-dirigentes do partido José Genoino e Delúbio Soares. Até lá, além de julgar se houve a formação de uma quadrilha para cometer os crimes denunciados pelo Ministério Público, a definição das penas indicará quais réus terão de cumprir pena em regime fechado ou em semiaberto.

Para conseguir esse "sprint final", o tribunal deve repetir nas próximas sessões a  histórica  celeridade vista no julgamento do publicitário Duda Mendonça, o ex-marqueteiro de Lula absolvido dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Foi a primeira vez que o tribunal conseguiu iniciar e concluir o julgamento de uma fatia do processo no mesmo dia.

 

Hélio Porto Júnior

DRT/DF 9280/MTE